quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Grupo V: Morcegos em perigo


Feios, nocturnos, associados a contos de terror, os morcegos fazem falta aos ecossistemas, previnem eventuais pragas agrícolas e, na Madeira, correm risco de extinção.
Ao certo, não se sabe quantos exemplares existem, o que é certo é que não serão muitos. Numa das espécies endémicas, a estimativa é de que existam pouco mais de 100 exemplares. O que significa, pelas normas internacionais, que este tipo de morcegos corre risco de extinção.
Os factores que concorrem para a extinção dos morcegos na Madeira, a começar pelas mudanças drásticas ocorridas nos últimos 30anos nos ecossistemas. A começar estão os hábitos dos nossos morcegos que, ao contrário da tradição das cavernas e grutas, preferem as casas abandonadas, os buracos em árvore e as fissuras em prédios.
Uma casa velha deitada ao chão pode significar a destruição de uma colónia destes pequenos mamíferos.
As cinco espécies da Madeira debatem-se há anos com as consequências das novas praticas agrícolas.
A dieta dos morcegos faz-se de insectos, sobretudo de borboletas e besouros nocturnos ou crepusculares como eles. Estes insectos alimentam – se, por sua vez, de plantas e, nos últimos tempos, as plantas estão cheias de químicos. Os fertilizantes para adubar, os pesticidas para combater as pragas e, pior ainda, os herbicidas para facilitar o trabalho e acabar com a monda manual. Estes produtos, no entanto, tiveram um efeito devastador na dieta dos morcegos, cada vez com menos habitat e menos alimento.
O mais irónico é que, durante anos, os morcegos desempenharam o papel de insecticida, sobretudo da pragas de borboletas, as que afectam a fruta.
Os investigadores identificaram cinco espécies diferentes de morcegos na Região, duas delas endémicas (quer dizer que só existem na nossa Região).

Diário de Notícias da Madeira Domingo 23 de Novembro de 2008

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